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domingo, 1 de novembro de 2009

Excelente texto sobre trajes de dança!

Qual o traje ideal e onde encontrá-lo?

Por: Luciana Arruda

Muitas vezes ao começar a dançar, essa é a primeira dúvida, antes mesmo dos passos executados ou coreografias, sempre nos perguntamos: “E a roupa?”.

Bailarina é assim mesmo, quem disser que nunca sonhou em vestir um belo traje de dança, quanto mais brilho melhor, estará mentindo! Lembro de uma cena do filme “Dança Comigo” em que a personagem da J Lo descreve que sua paixão pela dança começou quando ela viu uma moça buscar o traje de bailarina, “Ela parecia uma princesa”. Bem, acho que muitas de nós também tivemos essa impressão de sonho, marcante, ao ver uma bailarina de Dança do Ventre.

Por mais que eu tente, não consigo me lembrar qual foi a primeira imagem de dança do ventre, qual o primeiro estímulo que recebi, mas certamente me lembro da primeira vez que vi a dança ao vivo, aquilo me contagiou de uma tal maneira que eu jamais poderia me esquecer e certamente, o brilho das roupas, o esvoaçar dos véus, contribuem 80% da nossa imagem. Lembro-me também da minha primeira professora, a divertidíssima Grasiele, de Bauru, ela costumava brincar: “O negócio é brilhar, gente, o brilho já ajuda e muito!”.

Bem, antes de mais nada, vamos ao fundamental: diferenciar TRAJE de FANTASIA em Dança do Ventre.

Não confunda: Fantasia é aquela roupa típica de festas, baile a fantasia, alugueis baratíssimos. São aquelas roupas com lantejoulas aos montes, em coras efusivas e combinações pouco criativas, geralmente com saias super transparentes e de modelo duvidoso.

A bailarina usa TRAJE de dança. Modelos especialmente confeccionados para um espetáculo ou show, que tenha um significado. Trajes podem ser tradicionais, modernos ou folclóricos.

E esqueça o termo: “roupa de Odalisca”. Primeiro, porque a palavra ‘ODALISCA’ no mundo árabe tem uma conotação totalmente vulgar e depreciativa. Segundo, porque somos BAILARINAS e ponto.

Em Dança do Ventre, o traje retrata acima de tudo, uma época. Egípcios e povos árabes tiveram o seu estilo de vestir e a Dança deve retratar essa característica, ou ao menos, evocar uma lembrança suave dessa época.

Uma estilista (Adriana Weifer, que fez nossos trajes na Mostra passada) me mostrou um excelente trabalho de pesquisa uma vez em que pude estudar como eram os tecidos e temas dos egípcios com o passar dos séculos. Gravuras da net também registram o uso de linhas e formas e a História da Arte nos mostra que as formas arredondadas e suaves em trajes e esculturas só começaram a existir com os gregos e romanos.

Esse conhecimento é bacana quando você tiver que produzir um espetáculo, mas pode ajudar no momento de compor o seu traje. Se o berço da nossa Dança é comprovadamente em sua maior parte Egípcia, por que não respeitar certas condutas?

“O que um figurinista faz é um cruzamento entre magia e camuflagem. Nós criamos a ilusão de mudar os atores em algo que eles não são. Nós pedimos ao público que acreditem que cada vez que eles vêem um ator no palco ele se tornou uma pessoa diferente” Edith Head.

By www.abailarina.com

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